Uma manhã feliz no Museu da Língua Portuguesa

Assim que eu soube da reabertura do Museu da Língua Portuguesa no final do mês de Julho, imaginei que viveria um misto emoções em minha primeira visita após o intenso trabalho de reconstrução que perdurou cinco anos.

O incêndio que deixou nosso corações aos prantos tamanha tristeza e sensação de impotência, no dia de ontem, quinta-feira 19/08/21, uma manhã ensolarada que coincidência ou não integra uma semana de dias mais quentes após semanas frias de intenso inverno e que foi o dia escolhido por mim para fazer esse tour especial, pertencia apenas à memória, dessas que a gente realmente quer deixar para sempre esquecidas.

O primeiro post do mês de Agosto será esse brindar da nossa língua. Apresentarei em flashes um pouquinho da maravilhosa experiência que tive neste que é um dos primeiros museus totalmente dedicados a um idioma, e que se encontra aqui em São Paulo, cidade que possui o maior número de falantes de português no mundo.

E para ser ainda melhor, o museu está instalado na histórica Estação da Luz com sua vista arquitetônica de tirar o fôlego, esta que foi um dos principais pontos de passagem dos imigrantes que chegavam ao país e, até hoje, é um espaço de convivência entre várias culturas, abrigando sotaques do Brasil inteiro.

O Museu realmente celebra a língua como elemento fundador da nossa cultura e já começa apresentando suas instalações de longa data do terceiro andar ao primeiro. Em cada trajeto os visitantes percorrem do incrível ao impactante.

De olho na exposição!

Neste convite para adentrarmos ao Universo da Língua podemos acompanhar a mostra “Línguas do Mundo” que apresenta áudios de expressões de vinte e três idiomas diferentes, mas que possuem ligação com o Brasil.

Falares” traz os diferentes sotaques e expressões do idioma no Brasil e “Nós da Língua Portuguesa“, apresenta a língua portuguesa no mundo e a diversidade cultural da Comunidade de Países de Língua Portuguesa.

Temos também a instalação “Palavras Cruzadas” que apresenta as línguas que influenciaram o português no Brasil e a “Praça da Língua” que funciona como um planetário do idioma que homenageia a língua portuguesa escrita, falada e cantada. Um verdadeiro espetáculo imersivo de som e luz para não se esquecer tão cedo.

Alguns espaços não puderam ser fotografados e nem filmados como o espetáculo imersivo e a projeção que ocorre na sala de cinema.

Todo o conteúdo apresentado foi resultado da colaboração de escritores, linguistas, artistas, cineastas, roteiristas, artistas gráficos, entre outros profissionais de vários países de língua portuguesa.

Estar pessoalmente no museu é sem dúvida de uma emoção inesquecível e por estas imagens já é possível sentir um pouquinho da atmosfera de cada espaço.

Os ambientes são integrados, o que faz com que em nenhum momento durante o percurso nos sintamos perdidos.

Podemos contar também com monitores e professores discretamente posicionados, respeitando nosso espaço de interação com cada exposição, mas ao mesmo tempo preparados para nos esclarecer gentilmente qualquer dúvida.

Neste momento da exposição, podemos conferir uma linha do tempo da Língua Portuguesa. A linha do tempo é muito extensa para ser postada aqui e por essa razão não consigo compartilhá-la na íntegra.

A “jóia de crioula” é ainda mais impactante pessoalmente e nos remete a uma verdadeira imersão num tempo de muita dor e sofrimento.

Saltamos para a Vida nova que apresenta o percurso dos imigrantes.

Mala de imigrante

Meados do século XX

Acervo do Museu da Língua Portuguesa

Primeiro livro impresso no Brasil, em 1810

Aparelho radiofônico

Década de 1930

Ao final, no primeiro andar, ainda somos convidados para mais uma imersão, desta vez pela exposição temporária “Língua Solta” que mostra a língua portuguesa em seus amplos e diversos desdobramentos na arte e no cotidiano. A mostra conecta a arte à política, à vida em sociedade, às práticas do cotidiano, às formas de protesto e de religião, em objetos sempre ancorados no uso da língua portuguesa.

A exposição é rica em detalhes, tenho praticamente um book com tantas imagens que fiz desse dia especial, mas infelizmente não posso me estender muito aqui no post.

Após esse “gostinho de quero mais” que provavelmente vocês já estão sentindo, quero deixar esse convite para que todos aproveitem ao máximo essa viagem por meio da Língua Portuguesa.

Aproveitem o espaço que está todo muito bem organizado e façam muitas fotos porque certamente cada cantinho da exposição merece.

Autoria Desconhecida

Rótulos de cachaça, sem data

Finalizo aqui com essas imagens do Terraço que recebe o nome de Paulo Mendes da Rocha, um dos expoentes da arquitetura moderna brasileira. Por sua extensa obra, recebeu muitos prêmios internacionais, entre os quais se destacam o Mies van der Rohe para a América Latina, pelo projeto de reforma da Pinacoteca do Estado de São Paulo (2001), o Pritzker (2006), o Leão de Ouro na Bienal de Arquitetura de Veneza (2016) e a Medalha de Ouro da União Internacional de Arquitetos (2012). Com seu filho (e também arquiteto) Pedro Mendes da Rocha, realizou o projeto arquitetônico original do Museu da Língua Portuguesa.

#faroldaspalavras

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