Casa-Museu Amália Rodrigues – Conversas de Farol

FAROL DAS PALAVRAS apresenta CONVERSAS DE FAROL – Uma vez ao mês uma novidade diretamente das Terras Lusitanas com a autora Rosária Casquinha.

Decidi visitar a Casa-Museu Amália Rodrigues no dia 6 de outubro. Inconscientemente, decidi conhecer o lado mais pessoal e íntimo da nossa fadista maior, no dia em que se assinalavam os 24 anos do seu desaparecimento. Arrepiei-me quando soube, e ainda agora me arrepio.

Abrir as portas de sua casa ao mundo foi um desejo seu. Ela, que sempre soube receber, fez questão de nos continuar a acolher na sua casa, mesmo após a sua morte. Foi um momento muito intimista, emotivo e de gratidão. Privei com o seu dia a dia através dos seus vestidos e joias que usava nos concertos, dos balandraus de trazer por casa, dos livros, dos retratos de família, dos prémios, do Chico (o seu papagaio, sim, ele ainda é vivo). Caminhei pela sala de jantar; pela cozinha (ela adorava jaquinzinhos fritos com arroz de tomate); pelo salão (lugar de muitas tertúlias e onde gravou um disco com Vinicius de Moraes); pelo seu quarto (que revela o lado religioso da artista e onde faleceu); pelo closet (que guarda mais de 2000 acessórios e 200 sapatos); e por tantos outros recantos encantadores, como o jardim, que mantém a sua traça original, onde me sentei a ler enquanto aguardava a visita guiada.

Não fotografei o interior da casa, onde ela viveu 44 anos. Não é permitido e isso foi bom, sabem porquê? Não me distraí. Estive focada na guia e nas histórias que nos contou. Esta visita é feita de muitas histórias, uma viagem à vida desta mulher que conquistou o mundo com a sua voz, com a sua presença, com o seu estilo próprio. Levou o seu talento a mais de 70 países. Cantora, intérprete, atriz, poeta, que mulher incrível foi a nossa Amália.

Grande apreciadora de chá, Amália acompanhava esta bebida com tudo, até com sardinhas. No café, “Jardim da Amália”, tomei o seu favorito, o preto, e acompanhei-o com os seus poemas.

 

“As coisas acontecem-me assim, do nada, simples, naturais, inocentes, talvez como eu naturalmente sou.”

 

Podem fazer uma visita virtual à casa em https://amaliarodrigues.pt/pt/casa-museu/.

Por: Rosária Casquinha / @rosaria_casquinha

Autora do Livro “No meio do Nada”, Book Lover, Travel Girl, Mentora
do projeto “Cartas, atalhos que aproximam” e Fundadora do @livrosnoarmazem

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